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Da fita ao digital: conheça os tipos de delay

Se você está montando seu pedalboard, conhecer quais são os tipos de delay que existem é essencial. Afinal, esse efeito é imprescindível para a construção de um set de pedais de guitarra.

Vários pedais de delay
O efeito do delay é um dos queridinhos dos guitarristas, sendo usado por grande parte dos músicos (Foto/Reprodução/Internet)

Neste artigo, vamos dar uma olhada nas diferentes opções e entender melhor cada uma delas. Mas lembre-se: não existe um delay superior aos outros. Portanto, a escolha passa pela máxima “questão de gosto”.

Vamos lá?

Quais são os tipos de delay mais comuns?

Em suma, três tipos de delay movimentam a galera das cordas! A saber, vamos conhecer um pouco mais sobre os seguintes modelos:

  • De fita ou tape delay;
  • Analógico;
  • Digital.

À sua maneira, todos oferecem possibilidades sonoras que enriquecem os timbres de guitarra e de baixo. Por isso, é importante conhecer bem cada um deles.  

O delay de fita (tape delay)

Vintage dos vintages, o delay de fita foi desenvolvido no começo dos anos 1950. Um de seus criadores foi o lendário Les Paul, um cara que dispensa qualquer apresentação. O tape delay é exatamente o que o nome fala: um delay que produz o efeito a partir de uma fita.

Como funciona o tape delay?

A tecnologia desse tipos de delay é muito parecida com as nossas boas e velhas fitas K7. A diferença é que aqui o comprimento da fita é muito menor. Ela é feita em um formato de loop, com o objetivo de repetir o som gravado em uma frequência muito mais rápida.

A duração dos ecos é ajustada de acordo com a distância entre as cabeças de gravação e reprodução. Já o tempo entre as repetições vai de acordo com a velocidade da fita.

Como dispõe de uma construção robusta, o tape delay acaba não sendo mais tão recomendado para um pedalboard. Afinal, estamos falando de um equipamento cheio de partes móveis e que precisa, literalmente, de uma fita magnética para funcionar. Por isso, são geralmente usados em estúdios, para dar uma pegada retrô às gravações.

Delay analógico

Os delays analógicos jogam o som original da guitarra de volta ao sinal em intervalos de tempo definidos na programação do chip que os compõem. Como não há nada no circuito que preserva a fidelidade dos ecos, o som vai se degradando a cada repetição.

O resultado é bastante parecido com o dos delays de fita, o que acaba se tornando muito atrativo para quem busca um som mais vintage.

Delay digital

O delay digital pega o sinal da guitarra e converte em zeros e uns, criando uma réplica exata de cada nota. Os ecos soam muito precisos, mas tendem a não ter um timbre natural.

Se você procura um delay mais preciso, com espaços entre repetições maiores e mais funcionalidades, o delay digital pode ser a sua melhor escolha.

O digital é melhor que o analógico?

Muitos guitarristas acreditam que o “timbre quente” produzido pelos delays analógicos é superior ao som dos digitais, mas toda moeda tem dois lados. Por ser um circuito bastante simples, os tempos de delay do formato analógico são muito mais curtos. Além disso, há menos flexibilidade para criar padrões e efeitos com o pedal.

Os digitais, por outro lado, costumam ser mais baratos. Com o aumento da popularidade dos analógicos, no entanto, os fabricantes estão começando a desenvolver pedais com ótima relação custo-benefício. O Carbon Copy da MXR, por exemplo, é um ótimo produto que combina qualidade e preço. 

Outra vantagem do delay digital é criar padrões rítmicos. Pedais como o TC Electronic Nova Delay, por exemplo, nos permitem configurar os ecos como notas. Ou seja, conseguimos atingir um ritmo no eco que se encaixa na música que estiver sendo tocada.

Os efeitos de delay, sejam analógicos ou digitais, podem ser bem diferentes. Portanto, é interessante ter mais de um no set. Nesse sentido, os pedais Memory Man Deluxe, para analógico, e o Nova Delay, para digital, cumprem bem esse papel. Em outras palavras, um entrega um som vintage, mais quente, e o outro uma sonoridade limpa e precisa.

Como usar o pedal de delay?

Existe uma variedade de formas de usar o delay. Como tudo que envolve timbres, o ideal é testar até encontrar o som que mais combine com o que você se propõe a fazer. A seguir, vamos listar algumas técnicas de como o pedal de delay costuma ser usado.

Doubling echo

Esta é uma técnica indicada para dar uma dimensão a mais no som. Em suma, você irá simular uma duplicação no sinal de guitarra, como se o som fosse, na verdade, o de duas guitarras tocando a mesma linha. Para isso, é preciso ajustar o pedal para que as repetições estejam o mais próximo possível.

Ajuste o feedback de forma que o delay reproduza apenas uma repetição. O volume deve estar uníssono com o sinal da guitarra (mesmo volume que o som sem o efeito). Por fim, deixe o tempo em algo próximo a 50 milissegundos. Alguns efeitos interessantes acontecem quando você faz isso:

Primeiramente, por conta da velocidade do som, não será possível distinguir os dois sinais (o da guitarra e o do delay). Assim, terá a impressão de que são duas guitarras tocando em uníssono.

Em segundo lugar, as ondas do primeiro sinal irão interferir no segundo, causando um leve efeito de chorus. Teste, veja se é algo que te agrada e engrandeça o seu timbre.

Slapback delay

Aqui temos uma técnica muito característica nas gravações de country e rock dos anos 50. Ela foi desenvolvida com base no conceito de que todo som, quando escutado ao vivo, vem com algum tipo de eco.

A ideia é ter um eco rápido, que lembre a forma como os delays de fita funcionavam. Para isso, siga o roteiro abaixo:

  • Mantenha o feedback no mínimo, com apenas uma repetição de eco; 
  • Abaixe o volume do eco para cerca de 50% do volume do sinal limpo;
  • Coloque o tempo entre 80 e 140 milissegundos. 

Para medir esse tempo, comece do zero e pare assim que o eco começar a se separar do sinal limpo, apenas o suficiente para dar aquela “chicoteada” de delay. 

Simulando um reverb

Sim, é possível simular um reverb com um pedal de delay. Guitarristas como David Gilmour utilizavam essa técnica nos anos 70, criando ambiências incríveis. É uma ótima dica para utilizar o delay.

Para conseguir esse efeito, mantenha o feedback em 3 ou 4 repetições, o volume do efeito na metade do volume do sinal limpo e o tempo entre 100 ms e 200 ms.

Colcheia pontuada (dotted eighth)

Essa é uma das formas mais populares de se usar o delay, criando estruturas e arpejos complexos, usando essas colcheias pontuadas entre as notas do sinal limpo. Você pode encontrar essa técnica em usos icônicos do delay, como na música Where The Streets Have No Name, do U2, e em Cathedral, do Van Halen.

Existem milhares de variações para as maneiras como reproduzir esse efeito. Aqui, vamos abordar a maneira que achamos mais agradável e que mais se assemelha às músicas acima:

  • Mantenha o feedback em 3 ou 4 repetições e o volume do eco no mesmo nível que o volume do sinal puro;
  • O tempo terá que ser sincronizado com o da música – um tap tempo te ajudará muito a colocar o tempo na mesma batida da música. 

Tendo o pedal ajustado, agora é questão de prática: você terá que tocar entre as repetições, garantindo que tudo fique no tempo da música.

Se você chegou até aqui, certamente já tem um know-how para dar um upgrade aí no seu pedalboard. Mas, além de conhecer este efeito imprescindível da guitarra, saiba que é muito importante estar por dentro de todo este vasto universo dos pedais.

Saiba mais sobre pedais de guitarra

Que tal espalhar este artigo sobre os tipos de delay entre a galera das cordas? Certamente, o seu compartilhamento fará diferença na jornada de muitos guitarristas por aí!

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