Hoje você vai entender por que é importante cuidar dos seus cabos de guitarra, as peças que unem todo o seu setup!

Você investiu tudo na sua guitarra, amplificador e pedais, mas, na hora de comprar os cabos, voltou para casa com os mais baratos… Além disso, ao terminar de usá-los, você enrola os cabos como se estivesse preparando um miojo?

Como resultado, após usá-los poucas vezes, já vem aquele chiado alto e constante. Em seguida, você monta e desmonta o set de pedais e só piora. Ou seja, não pode ser a guita, o ampli, nem os pedais. Então, temos uma notícia para te dar… é melhor se atentar, pois você deveria cuidar dos seus cabos de guitarra!

A importância dos cabos

Se você precisar enviar uma pedra preciosa para ser exibida em uma exposição, certamente você não vai mandá-la em um carrinho de mão, não é?

É mais ou menos isso que acontece com os cabos. Eles são mais que as pontes do seu set: são as pontes, os veículos e os carregadores. O cabo será tão forte quanto o elo mais fraco da cadeia. Por isso, um só cabo ruim pode matar o seu sinal inteiro, afetando o desempenho da guitarra, do amplificador e dos pedais.

Através do cabo, é transmitido o sinal da guitarra ao amplificador ou à interface de áudio. Então, de que adianta uma guitarra com corpo, captadores de primeira e um amplificador sensacional se o cabo transmite um sinal aquém?

Os problemas dos cabos de má qualidade:

Alguns dos principais pontos negativos de cabos de baixa qualidade são:

• Sofrem maior interferência de outros sinais elétricos nas proximidades;
• Perdem força no caminho, oscilando volume e qualidade sonora;
• São menos resistentes a sujeira e umidade, o que afeta a vida útil deles.

A partir disso surgem chiados, ruídos, sons do além, picos altos e baixos repentinos de volume e outros problemas. Você pode acabar, injustamente, achando que escolheu o amplificador errado. Cabos ruins podem exigir mais e sobrecarregar o seu equipamento!

Aí o músico vai lá e compra buffer para converter a impedância. Ou até um noise gate, para eliminar os ruídos que surgem da cadeia de sinais – acontece muito com quem toca som pesado. Porém, tudo poderia ser resolvido com cabos melhores.

O pior é que a coisa é muito simples: um bom cabo depende basicamente de matéria-prima de qualidade, construção adequada e manutenção. Apenas isso!

Cabos levam muita pancada, rastejam por terrenos hostis e raramente possuem uma bag só para eles. Por esses motivos, a qualidade do produto não é capricho, é necessidade!

O que um bom cabo precisa ter:

Núcleo: Feito de cobre, metal que melhor conduz eletricidade e calor e sofre menos com oxidação. O cobre OFHC (Oxygen-free High Conductivity – ou Alta Condutibilidade Livre de Oxigênio) também figura bem entre os cabos de qualidade. Tem uma liga de quase 100% de cobre eletrolítico, apresentando melhor performance em altas frequências.

Blindagem: Uma blindagem boa evita que interferências estáticas ou elétricas cheguem ao condutor de cobre, por onde o sinal passa. Bons cabos apresentam dois tipos de blindagem, uma em cobre e outra em material condutivo.

Isolamento: Normalmente confeccionado de tecidos termoendurecidos (borracha e neoprene) ou termoplásticos (polietileno e polipropileno). Importante para isolamentos térmico e elétrico e protege o núcleo de oxidação. Esse tecido não impacta o sinal do instrumento, mas tem a ver com a durabilidade do cabo. Já a espessura do material acaba impactando a flexibilidade do cabo.

Terminais dos Conectores: Quanto melhor o material usado, menos o conector vai sofrer com calor, poeira, umidade e outros fatores. Conectores de ouro fazem sucesso porque o ouro é anti-corrosivo.

Revestimento: Normalmente em PVC ou borracha, precisam ser, ao mesmo tempo, flexíveis e resistentes.

Solda: Fácil, simples e rápida. Mas nem por isso menos importante. Uma solda cuidadosa vai deixar as conexões entre os componentes mais firmes. Menos chances de mau contato!

Essas são boas dicas para quem vai montar seus próprios cabos, uma prática muito comum. Procure escolher componentes de qualidade, montando ou comprando pronto. E lembre-se: teste bastante até encontrar o modelo ideal.

Boas práticas para se ter com seus cabos

Prefira os mais curtos, já que menos metros significa menos interferência e menos perda de sinal, principalmente se for tocar em espaços pequenos, como barzinhos.

Cabos maiores provocam acúmulo de capacitância. Trata-se da maneira como o cabo reage às alterações na tensão elétrica. Instrumentos de captação passiva apresentam baixa impedância, assim como pedais.

Por isso, é muito difícil que a capacitância possa interferir decisivamente no som que sai do amplificador. No seu set de pedais, o ideal é que o cabo tenha cerca de um palmo. Além disso, boas práticas são:

• Evitar cabos espiralados;

• Procurar manter o controle de volume o mais alto possível;

• Conferir a compatibilidade entre a impedância do amplificador e a da corrente elétrica do local onde você está tocando;

• Limpar periodicamente as pontas dos cabos, assim como os usados nos pedais e no amplificador. Passe neles pouco detergente diluído na água e uma toalha seca e limpa;

• Passar uma palha de aço nos plugs de metal dos seus cabos, para prevenir contra corrosão;

• Enrolar os seus cabos com cuidado e, se possível, prendê-los com uma fita de velcro.

De toda forma, lembre-se de cuidar dos cabos com o mesmo carinho com que você cuida da sua guitarra!

Verdades sobre os cabos

Agora, confira alguns fatos interessantes sobre os cabos de guitarra:

• Não produzem microfonia sozinhos;
• Não fazem barulho quando você se mexe. Se isso acontecer, confira o revestimento dele;
• Duram muito (os bons, claro)!

Espero que você esteja convencido de cuidar dos seus cabos de guitarra com todo o carinho! Cabos de qualidade vão fazer seus estudos de guitarra renderem muito mais! Aproveite para mandar este artigo para a sua turma das seis cordas. Assim, mais pessoas saberão os cuidados necessários com seus equipamentos!